12 março 2010

Magne em entrevista ao Uai

Magne cedeu entrevista ao portal uai logo após o show em Buenos Aires, confiram:

Não faz nem um ano que o A-ha lançou Foot of the mountain. Por que acabar com a banda logo agora?
Estamos juntos há muito tempo e nesse período tivemos uma carreira bastante interessante. Vamos terminar por saber que se continuarmos, será pelas razões erradas. Terminando agora, sai todo mundo feliz, pois lançamos um álbum que foi bem recebido. Além do mais, é muito melhor terminar em clima de colaboração.

O sentimento dos dias de hoje é o mesmo de 1994, quando vocês se separaram pela primeira vez?
Não. Na outra vez estávamos cansados de ser pop stars, cansados das turnês. E não foi um rompimento, mas uma separação. Dessa vez é uma decisão definitiva. Não vamos mais fazer discos nem tocar juntos. Pessoalmente, acho uma vergonha ver bandas que conheceram o sucesso mas que, gradualmente, não conseguiram fazer bons trabalhos e, mesmo assim, continuaram juntos. Por outro lado, é muito difícil deixar algo quando se é bem-sucedido. Mas ao fazer isso, você consegue um novo nível de liberdade. E é ótimo poder começar de novo aos 50, em vez de simplesmente envelhecer.

Quando o A-ha começou, você não tinha nem 20 anos. É muito diferente fazer um show quando se está próximo dos 50?
Você tem uma experiência e um ponto de vista diferentes. A verdade é que a experiência de um show é sobre estar ali naquele momento. Então você tem que tentar capturá-lo para poder lembrar mais tarde. E como estamos indo pela última vez a várias cidades, temos que fazer por onde, já que esta será a última lembrança.

O Brasil é muito importante nesses quase 30 anos de carreira.
Não sei o que é, as pessoas sempre perguntam, mas não há como explicar o relacionamento forte que existe entre a banda e o público brasileiro. E sempre foi assim, desde a primeira vez que estivemos aí, acho que em 1989. É difícil tecer teorias, mas acho que tudo se resume numa banda apaixonada pelo que faz tocando para uma plateia também apaixonada. E uma vez em cima do palco, não precisamos provar que somos bons músicos nem nada. É só celebração.

Mesmo que outros hits tenham vindo, Take on me, justamente o primeiro, ainda é o maior, não?
Essa música continua trabalhando a nosso favor. E olha que foi escrita (por Magne e Paul Waaktaar) quando tínhamos uns 15 anos. Na verdade, a primeira parte dela, aquela do riff dos teclados. Na época a chamávamos de The juicefruit song. Ela só veio se tornar Take on me em 1983, quando o A-ha chegou a Londres. Porque antes de conhecermos o Morten, nunca tínhamos visto alguém que pudesse cantá-la. O refrão de Take on me, na verdade, foi escrito para saber até onde ele poderia cantar. Por isso é uma música tão difícil para qualquer um interpretar.

E o futuro? Como também é artista plástico, vai se dedicar mais a qual das artes?
Atualmente, estou com três exposições em cartaz: uma em Boston (EUA), outra em Edimburgo (Escócia) e uma terceira em Oslo (cidade natal, onde vive até hoje). Não sei, pode ser música, já que gravei dois álbuns solo (um dos trabalhos contou com a colaboração de músicos do Coldplay) e colaborei com projetos audiovisuais. O que importa é que estou me aposentado do A-ha, mas não da vida.


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