RIO - O primeiro encontro da banda pop norueguesa A-ha com o público sul-americano, em 1989 - ano em que o trio se apresentou na Praça da Apoteose, no Rio - foi marcado pela dissipação de estereótipos, pelo que conta o tecladista e membro-fundador Magne Furuholmen, por telefone, da Argentina. Quando ele e seus colegas de banda se reencontrarem com os fãs cariocas, neste sábado, às 22h, no Citibank Hall, no lugar do impacto daquela primeira visita, deverá pairar uma certa melancolia por esta ser a última vez. A turnê de despedida do A-ha, que encerrará atividades após 25 anos de carreira, passará também por São Paulo, Belo Horizonte, Brasília e Recife.
- No fim dos anos 1980, havia o estereótipo de que grupos que vinham da Europa eram de música para dançar, e, do ponto de vista dos europeus, havia o estereótipo de que as plateias sul-americanas tinham apreço só por música carregada de sensualidade. Nossa música é impossível de ser dançada. Não é feita para isso. Felizmente, estereótipos são enganosos. Acredito que nosso sucesso na América do Sul se deva ao fato de fazermos uma música muito passional. Botamos nossos corações no que fazemos, e o público sente isso. A música é uma linguagem universal - conta Furuholmen, que foi presenteado por fãs da época com discos de artistas locais, mas não cita qualquer um de que tenha gostado muito. - Já faz muito tempo. Acho que eu preciso me atualizar.
A segunda vinda do A-ha à cidade foi ao Maracanã, no Rock in Rio 2, em 1991, mais uma se apresentando para um público enorme. A lealdade dos ouvintes se manteve com o passar dos anos, mesmo após o grupo deixar de tocar com frequência nas rádios, como foi possível constatar no ano passado, no mesmo Citibank Hall, onde 6.500 pessoas viram a banda. Justamente por isso, muitos fãs não entenderam o porquê de a banda decidir acabar.
- É o reconhecimento de um casamento que chega ao fim, e 25 anos é um longo casamento. Cada um de nós tem necessidade de fazer algo diferente e individual. Quando tocamos no A-ha, é como reviver um passado pelo qual temos carinho. Nosso último CD, "Foot of the mountain" (de 2009), é um reconhecimento desse passado, de como éramos no começo. Mas tudo o que é bom acaba um dia, e é bom sair de uma festa antes de ela ficar desanimada. Nós aproveitamos o auge da festa. Temos a oportunidade de celebrar o fim da banda em vez de continuarmos por aí até ela desmoronar ou fazermos música chata que vai frustrar os fãs. Nosso último disco foi bem recebido, então vamos sair de cena em boa situação - diz o tecladista.
Magne em entrevista ao jornal O Globo
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