21 setembro 2012

Morten diz que 'Take on me' não é uma canção: 'É um ícone'

Morten Harket canta no Rio no sábado (22) e depois passa por BH e SP. Ao 53 anos, ele garante não ter mudado seu vocal: 'a voz é parte de mim'.



Morten Harket não é uma novidade no cardápio brasileiro de shows. No comando do A-ha, veio ao Brasil em 1989, 1991, 2002, 2009 e 2010, quando cada integrante do grupo foi para seu canto.
Hoje em carreira solo, o cantor norueguês passa pelo Rio (no sábado, dia 22), Belo Horizonte (23) e São Paulo (26). Em entrevista ao G1 por telefone, avisa que não há planos para uma volta do A-ha.
Ao lado de Magne Furuholmen e Paul Waaktaar-Savoy, fez sucesso com canções como "Hunting high and low", "You are the one", "Cry wolf", "Crying in the rain" e "Take on me", cantada no fim dos shows.
"Não é apenas canção, é um ícone. Dura três minutos para que eu a cante... Então, eu canto, porque é algo que a maioria quer ouvir", justifica-se. Aos 53 anos, ele garante que as versões são fiéis às originais. "A voz é parte de mim. Não é necessário ter um cuidado especial. Não tenho notado grandes sinais de mudança em minha voz."
G1 - O que espera da turnê?
Morten Harket - Eu espero encontrar as pessoas que conheci no Brasil. Eu fui ao Brasil muitas vezes em 25 anos. Estive aí há seis meses e fiz um documentário para o CD. Tive a chance de passar uns dias de folga. Agora, estou voltando com minha banda, ótima. É a que tocava com o A-ha. Fora o tecladista e o baterista, é a mesma. Eles conhecem os fãs. Só tenho um cara novo, o guitarrista.

G1 - Dei uma lida nos seus setlists e 'Take on me' sempre fecha o show. Por quê?
Morten Harket - Por que você acha que faço isso? São razões óbvias. Não é apenas uma canção, é um ícone. A música significa coisas diferentes para cada pessoa. Mais do que qualquer outra música que canto, ela tem uma conexão forte com todos. É um ícone do pop. É natural deixá-la para o fim, não sempre, mas geralmente. Dura três minutos para que eu a cante... Então, eu canto, porque é algo que a maioria quer ouvir. Outros não querem mais ouvir, mas é uma escolha minha.


G1 - Por mais que seja a mesma banda de apoio, o que muda quando canta músicas do A-ha sem os outros dois membros do A-ha?
Morten Harket -
 Há diferenças, claro. Mas o A-ha não é apenas formado pela relação entre eu, Magne e Paul. As pessoas me conheceram por meio do A-ha. O que fiz com a banda faz parte da minha vida. É uma das maiores partes da minha vida e eu sou grande parte do que a banda foi. É natural cantar músicas do A-ha. O ideal seria, em algumas partes, poder chamar Paul e Magne para tocarem comigo. Mas não é possível hoje. Não tocar A-ha seria sem sentido. E apenas tocar A-ha também seria...

G1 - Quando penso na sua voz, penso em falsetos. Como faz para se manter afinado depois de mais de 50 anos?
Morten Harket - Eu não faço nada de diferente. A voz é parte de mim. Não é necessário ter um cuidado especial. Não tenho notado grandes sinais de mudança em minha voz.
G1 - A-ha vendeu mais de 40 milhões de CDs. Você se importa com cifras?
Morten Harket - 
Eu me importo em chegar às pessoas. Não são apenas números, mas o significado deles, o nível de alcance. Quando você atinge pessoas, então se comunica de forma abrangente. Mas a tentativa de falar para muita gente não pode fazer com que você perca sua identidade, claro.
G1 - Quais as chances de uma volta do A-ha?
Morten Harket - 
O A-ha acabou. Não há planos. Quando acabamos, não tem volta. Não gosto de especular, mas não digo "nunca". Não paramos com intuito de voltar em breve.
G1 - Com o A-ha, você tocou para até 200 mil no Brasil. Agora, cantará para cinco a dez mil pessoas em média. O que pensa sobre essa mudança?
Morten Harket -
 Não é algo novo para mim. Em muitas noites tocamos para 10 mil pessoas, mas há momentos em que tocamos para 200 mil pessoas, algo colossal, como no Rio. São experiências bem diferenças.
G1 - Na sua opinião, qual nova banda tem o mesmo papel e importância do A-ha? Qual grupo poderíamos dizer que é o "novo A-ha"?
Morten Harket - 
Não, eu acho que não consigo escolher... Deixo esse tipo de coisa para vocês jornalistas. Bandas como Coldplay e Keane fazem ótimos shows e discos: pegam um pouco do A-ha, e levam para o estilo deles. Eles carregam um pouco o nosso legado. Eu me encontro com os rapazes do Coldplay algumas vezes, aqui e ali. Eles são bons rapazes e sabem o que estão fazendo, ao mesmo tempo que não sabem. Gosto da postura deles.

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