A fama me transformou num pária, isolado, diz Morten em entrevista

Rio -  Morten Harket completou 53 anos há poucos dias, mas continua tão belo quanto no auge de sua banda, o A-ha. A voz também não deixa a dever, e o público vai poder conferir no sábado, quando o norueguês apresenta o show de seu mais recente disco solo, ‘Out of My Hands’, no Citibank Hall.

“Nós no A-ha sempre amamos tocar no Brasil e agora que eu estou com a minha turnê solo é natural  que eu queira ir aí. Tenho um relacionamento longo com o Brasil”, conta Morten.

O repertório traz músicas de várias fases da carreira do artista (são cinco CDs solo) e sucessos do A-ha, é claro. “Nossas vidas são muito ricas em experiências que a gente dividiu. Fizemos tanta coisa juntos: vendemos tantos álbuns, fizemos tantos shows. Foram 25 anos e vimos que era a hora certa para cada um de nós investir energia em outras coisas”, explica o cantor. “Ainda não tive nem chance de sentir falta do A-Ha. Quero me conectar a quem eu sou”, jura ele.

Os tempos de topo das paradas de sucesso ficaram para trás, mas a exposição que a fama traz parece ter marcado a vida do cantor para sempre. “É difícil para qualquer um. Você fica à parte da sociedade, como se fosse um pária, é expulso da comunidade, não é mais um deles. Nas cabeças e corações deles, você se tornou outra pessoa, embora não tenha mudado. Você se torna um alien. É muito difícil e desafiador, principalmente para todo mundo que é próximo de você. Algumas pessoas usam álcool e drogas para lidar com isso. É um grande desafio. O que me ajudou foi a educação que meus pais me deram quando eu era criança”, conta Morten.

Apesar de reclamar, ele não se arrepende. “Eu escolhi esse trabalho porque vi um grande potencial para as coisas que eu queria expressar. E tem coisas incríveis. Eu me sinto muito feliz quando as pessoas respondem ao que eu faço. Sinto que esse é o meu lugar, a minha beleza. Eu me reconheço assim.”

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