Em coletiva, banda falou sobre fãs, expectativa e Amazônia.
A banda norueguesa A-ha se apresenta nesta quinta-feira (1º) em Barcarena, nordeste do Pará.Será o primeiro show do grupo após o Rock in Rio, quando os músicos tocaram sob chuva torrencial - por isto, ao ser questionado sobre a expectativa para a apresentação, o tecladista Magne Furuholmen fez uma brincadeira sobre o clima no Brasil: "nós esperamos que o show seja um pouco menos molhado".
Além de Barcarena, a A-ha também se apresenta em Paragominas no sábado (3). O grupo veio ao Pará para realizar os dois concertos dentro da programação de aniversário de uma empresa norueguesa de mineração que, diante da demanda popular, abriu os shows - que inicialmente eram restritos aos funcionários - para o público geral. Em vez de dinheiro, os ingressos para as apresentações custaram kits escolares, que serão doados para comunidades carentes do interior do estado.
Como as duas apresentações ocorrem fora da capital, os fãs de Belém precisarão encarar um deslocamento considerável pela estrada - até Barcarena, onde o show ocorre em um clube privado, são apenas 30 km; mas a distância chega a superar 310 km no caso dos que vão assistir a apresentação em Paragominas.
"Nós estamos continuamente surpresos, e somos gratos por experimentar pessoas viajando ao redor do mundo para ver os nossos shows", disse o tecladista Magne. "Ficamos felizes em conhecer estas pessoas. De certa forma somos um circo itinerante, encontrando gente do mundo inteiro. Quando você para para pensar nisto, pessoas gastando o tempo delas e indo grandes distâncias... isto não é algo que passa batido, na verdade é muito tocante!" (o músico fez uma brincadeira com o título de uma das canções do A-ha, "Touchy!").
Além dos fãs, o vocalista Morten Harket destaca a importância da uma apresentação no Pará como uma forma de manter contato com a realidade da Amazônia, que ele definiu como o 'coração do mundo': "O mundo está começando a entender a importância da Amazônia e a complexidade do seu ecossistema. A Amazônia é do Brasil, mas pertence ao mundo. E quando algo não tem preço, costuma ser desvalorizado. Este é um grande desafio: fazer com que as atividades relacionadas à floresta tenham valor, para que ela seja preservada", disse.
E a riqueza da floresta já fez parte da mesa dos noruegueses, que experimentaram uma refeição com filhote, cupuaçu e jambu, cuja propriedade anestésica causou estranheza para os visitantes. "É um pouco difícil de falar depois de comer jambu, a boca fica dormente, mas estamos nos acostumando", destaca Magne.