À sombra do Museu Britânico está a Galeria Paul Stolper. As paredes são cobertas de xilogravuras coloridas com títulos de músicas dos Beatles todas embaralhadas. Daqui em diante Magne Furuholmen leva a NRK a uma viagem de volta ao tempo. Àquele tempo em que 3 garotos noruegueses ousaram pensar grande por causa de 4 garotos de Liverpool, que haviam feito exatamente o mesmo.
– Beatles foram a abertura pra um mundo de aventuras, eles eram os grandes heróis. Nós
(A-ha) éramos como os garotos no livro do Lars Saabye Christensen, nós crescemos com os Beatles. Sonhávamos grande e conquistamos grande, muito devido à eles, conta Magne à NRK.
«Come Together» de Magne Furuholmen.
Foto: Lars Gundersen
As xilogravuras são inspiradas na música dos Beatles, e Furuholmen tomou emprestados muitos títulos de canções para suas obras - também o título da exposição, «Norwegian Wood».
– Eu uso letras e palavras como arquitetura em meu trabalho - tanto para concepção e conceito como para emoção, diz Furuholmen.
A exposição em Londres começou com um desejo em criar xilogravuras. Magne não travalhava neste estilo desde meados da década de 90. Independente dos planos, veio então a filmagem do romance "Beatles".
Magne Furuholmen com instrumentos de Peter Blake. Ao fundo uma de suas xilogravuras.
Foto: Gry Blekastad Almås/NRK
Magne quis ajudar Lars Saabye Christensen, escrevendo uma carta a Paul
McCartney e Yoko Ono, onde contava o significado dos Beatles em sua vida, e a importância de obter direitos de usar a música para o filme. O que realmente acabou acontecendo e Magne acabou sendo convidado a escrever a trilha do filme.
– É um tanto assustador suplementar algo tão icônico como a música dos Beatles. Significa respeitar e desrespeitar de maneira equilibrada. Uma trilha sonora deve sustentar-se, mas também estar em sintonia com o período retratado no filme, diz o homem que vendeu milhões de discos no mundo todo.
Uma versão de Sgt. Pepper
«Sgt. pepper's lonely hearts club band» de Magne Furuholmen.
Foto: Lars Gundersen
Furuholmen vai trabalhar com a trilha até o inverno, mas admite que já trabalhou alguns esboços. Agora é a exposição em Londres que importa e Magne é grato pela oportunidade de poder trabalhar com o filme
– Quando eu comecei a pensar nos Beatles e no caminho a seguir, eu queria fazer minha própria versão cover de Sgt. Pepper's Lonely Hearts
Club Band, diz Furuholmen, mostrando fotos das letras P e B impressas em preto.
As letras são do título da música, mas também de Peter
Blake, o homem por trás da capa do álbum. Blake também tem um dedo na exposição de Magne. Ele emprestou algumas de suas ferramentas ao norueguês.
– Elas são bem pequenas, por isso pecisei de uma autêntica motosserra norueguesa aqui e ali...
Desejos de sorte de McCartney
Peter Blake comparecerá à festa privada de vernissage, e então receberá suas ferramentas de volta.
– Paul McCartney não pôde comparecer infelizmente, mas escreveu um e-mail desejando boa sorte, diz Magne.
A foto de cada um dos Beatles é impressa em 4 exemplares, no melhor espírito «Beatles».
As estampas são de títulos de canções conhecidas, mas nem todas são facilmente reconhecíveis. As letras tem tamanhos e fontes distintos, algumas palavras são divididas e ganham novo sentido. O nome de Magne também aparece de trás pra frente.
– Há uma mensagem mais obscura aí... A escrita ao contrário remove a leitura e transforma as letras em imagens, explica ele.
Magne também brinca com as palavras. «Come together» virou «Come To Get Her» na versão dele.
As xilogravuras estão expostas na Galaria Paul Stolper em Londres.
