(entrevista com Paul e Jimmy para o jornal Nordlys, de Tromsø)
-Eu queria tentar algo totalmente novo após o a-ha. E com Jimmy, eu senti a mesma facilidade que senti quando comecei o Savoy, disse Paul Waaktaar-Savoy.
Juntos eles trabalharam em Weathervane, que também é o nome do primeiro single, e que poderá ser ouvido no filme Hodejegerne (que estréia dia 26 em todos os cinemas noruegueses), para aqueles que perderam a performance da dupla durante a cerimônia de premiação Amanda (que foi transmitida ao vivo pela TV2 no último sábado, vídeo disponível aqui. O prêmio Amanda é o equivalente ao Oscar norueguês e acontece todos os anos na cidade de Haugesund, durante o Den Norske Filmfestivalen. Hodejergene terá sua pré-estréia dia 23 de agosto, durante o festival).
-Primeiro foi o nome da música, mas nós gostamos dele. Só que é meio country & western ter o nome do disco igual ao nome da primeira faixa, sorri Paul.
Paul e Jimmy Gnecco, que é um excelente cantor e compositor também, se conheceram em 1996. Mas as coisas levam tempo para músicos, e por isso foi só agora que a parceria efetivamente começou.
Até agora há somente uma música, escrita por Paul, e o prêmio Amanda foi a primeira vez em que os dois apareceram juntos num palco.
-Então eu pensei: "Será divertido sair juntos em turnê", uma vez que vários festivais estão programados pro ano que vem. O disco sairá por volta do Natal, então lançaremos as músicas uma a uma para mostrá-las ao público, diz Paul.
Primavera em Paris
Na superfície é diferente. O cinzento e discreto Paul (49) e o músico vestido de negro, cabelos escuros, tatuado, oriundo da costa Leste (37). Mas eles alegam que são muito parecidos.
Nós viemos do mesmo lugar, tão parecidos que somos. Nós dois pensamos em pop, em um lado obscuro, eu gosto de ter essa flexibilidade na música que componho. Algumas vezes acontece de duas personalidades diferentes se encontrarem e haver conexão, onde o antagonismo traz algo interessante. O mesmo pode acontecer quando duas pessoas com os mesmos objetivos se encontram, diz Jimmy Gnecco.
Talvez você tenha tido contradições o suficiente, comentamos nós a Paul, com relação às internacionalmente famosas contradições no a-ha. Paul ri e não faz nenhum comentário a respeito.
Para Weathervane não há planos e nem pressão. É como um recomeço. Uma nova primavera - primavera em Paris! Eu estive lá e reconheço essa sensação, diz Paul feliz e terno.
Posso ser uma estrela pop
Sobre a gravação de Weathervane, Paul conta que escreveu a canção depois que recebeu o script do diretor Morten Tyldum, a quem ele conheceu na festa após o último show do a-ha.
-O filme tinha um tema, uma carga, o que foi uma reunião perfeita.
Weathervane tem um lado escuro, que o jornal VG em sua crítica descreveu como grandiosa tristeza e opressão. Paul ri um pouco e diz que nos tempos de a-ha era tudo obscuro.
-O legal de Jimmy é que ele também tem um lado obscuro e melancólico, portanto eu também posso ser um popstar e me divertir muito com isso!
Gravar a música também foi divertido. Jimmy chegou na casa de Paul e começou a trabalhar.
Foi tão fácil, sem precisar filtrar e trabalhar as mesmas coisas várias vezes, dez vezes a mesma coisa, diz Paul, dando uma enorme dica sobre "seus velhos tempos" com o a-ha.
Levou 15 anos
Paul não aposentou a banda Savoy e diz que em algum tempo haverá um novo album. Mas a esposa Lauren está trabalhando em um filme, e também foi ela quem fez o vídeo para o single de Weathervane.
-O filme foi vendido pra tantos países que agora está por nossa conta fazermos o que quisermos, as possibilidades são muitas, diz Paul.
Jimmy Gnecco também parece muito satisfeito, sendo que ele, um excelente compositor e músico, tanto solo como com sua banda Ours, nunca decolou. Acredita-se que porque Rick Rubin foi o produtor do último álbum.
Pedimos a Jimmy confirmação, e ele responde rindo que sim, costumava apresentar versões acústicas de Take on Me em seus concertos antigamente.
-Eu gosto de fazer coisas inesperadas, e queria mostrar que era uma excelente música.
Para um sujeito de New Jersey, que disse ter sido fã do a-ha a vida toda, foi surreal ter aberto os shows da banda na turnê de despedida ano passado.
Paul balança a cabeça e ri, talvez de si mesmo...
-Foi só ano passado que eu descobri que ele era fã!