“O a-ha já faturou milhões de coroas desde sua estréia em 1985. 25 anos depois a turnê de encerramento já arrecadou, sozinha, e apenas em venda de bilhetes, mais de 250 milhões de coroas (cerca de 50 milhões de dólares).
Ninguém, além do próprio a-ha, pode hoje em dia determinar o quanto a banda faturou desde seu início em meados dos anos 80. Esse faturamento inclui venda de ingressos, de álbuns, arrecadamento por tempo de rádio e venda de merchandising (mercadoria com o logo da banda, como camisetas, canecas, etc...)
-É impossível afirmar sem ter acesso à declaração de renda da banda, diz o jornalista de música e âncora da NRK Asbjørn Slettemark.
A turnê de encerramento é certamente lucrativa, mesmo com os altos custos de viagem e transporte de equipamento. Desde o início da turnê Ending on a High Note no Luna Park em Buenos Aires, Argentina, em 4 de março, até o último dos 4 shows em Oslo na próxima semana, a banda tem em sua bagagem 73 concertos.
-Grande parte dos concertos esgotou a venda de bilhetes, eu diria 80 a 90%. Eu calcularia um total de 500 mil pessoas nesses 73 concertos, mas é apenas um palpite nesse momento, disse o agente da banda, Harald Wiik.
Desde março o a-ha recebeu público de 1200 pessoas, como no Oslo Konserthus, até 10 mil pessoas na Wembley Arena e 30 mil no Estádio Ullevaal. Com o preço médio de bilhetes em torno de 500 coroas (100 dólares ou 160 reais, aproximadamente), a turnê irá arrecadar ao final cerca de 250 milhões de coroas.
Estável
É possível que esse número seja maior. Dagens Næringsliv (um dos jornais mais importantes e sérios do país) especulou no outono que a banda arrecadou, somando venda de álbuns e coletâneas, ingressos e mercadoria, cerca de 500 milhões de coroas em menos de um ano.
-Isso eu prefiro não comentar, seria um retrato muito detalhado. Mas 73 concertos em arenas e estádios ao redor do mundo é de fato uma turnê imensa, mesmo não sendo nas mesmas dimensões de U2 e Rolling Stones. Ao mesmo tempo, é preciso lembrar que a arrecadação varia de país a país. Em alguns, o preço do ingresso é mais alto que em países mais baratos. Entretanto, mesmo com custos estáveis, não fica mais barato alugar equipamento de palco, mesmo com a recessão econômica, disse Wiik.
O a-ha está envolvido atualmente em cinco diferentes empresas, que também faturaram com a turnê de encerramento. Os três membros da banda tem cada um sua própria empresa, além de uma parte no gerenciamento da banda, a a-ha Network, bem como duas empresas registradas no Reino Unido e Ilhas do Canal, a Swinglong Limited e a Chart Promotions ltd.
A fonte que o Aftenposten usou, um membro da indústria da música, afirma que sem dúvida a turnê foi lucrativa.
A longo prazo
-Devo ressaltar que não conheço detalhes dos contratos do a-ha, mas eles sempre tiveram uma reputação dentro do ramo de que são bons em fazer contratos e dinheiro quando se trata de música, especialmente nos anos 80 e 90, quando muito poucos artistas foram tão cuidadosos com o planejamento da carreira a longo prazo. Atualmente é comum que bandas tenham controle sobre grande parte de suas carreiras, mas essa é uma tendência que se consolidou apenas na última década, afirma Slettemark.
No ano passado o a-ha lançou seu último álbum, "Foot of the Monutain", em 2010 a banda também relançou seus dois primeiros discos, "Hunting High and Low" e "Scoundrel Days", além da coletânea "25". As vendas se aproximaram das 100 mil cópias só em terras norueguesas. Porém não é da venda de discos que a banda tira seu maior faturamento.
-O mercado de concertos tem sido extremamente importante pra músicos no mundo todo, e ao mesmo tempo cidades que não apenas Oslo se tornaram importantes organizadoras. Enquanto artistas viviam confortavelmente da venda de discos antigamente, hoje em dia são raríssimos os que tem esse luxo. O a-ha está entre os que poderiam viver exclusivamente da venda de discos, mas com seu catálogo forte e consolidado entre o público norueguês, é natural que eles saiam em grandes turnês.
Lucrativo
Quando no início do ano se tornou conhecido o fato da banda anunciar o final da carreira, muitos sugeriram que seria a última vez que se ouviria falar de a-ha. Slettemark não acredita nisso.
-A banda sempre foi boa de negócio, mas eu acredito neles quando dizem que vão parar porque a banda terminou. Mas não vou ignorar o fato de que eles façam uma turnê de reunião em 5 ou 10 anos. Seria extremamente lucrativo, diz Slettemark.
O Professor Espen Andersen na Escola Norueguesa de Gestão vê um enorme potencial de faturamento na indústria de shows, coisa que não era forte antigamente.
-Antes um show era algo que se fazia pra promover um disco. Hoje se faz um disco para atrair público e promover uma turnê. A renda de músicos noruegueses com concertos mais que dobrou nos últimos 10 anos, enquanto a venda de discos caiu pela metade. Artistas ganham hoje 15% em vendas de discos e 80% em arrecadação de TONO (uma taxa que os músicos ganham pela circulação de suas músicas na Internet) e direitos autorais. Estimamos que as bandas fiquem com metade das arrecadações com shows, mas não podemos afirmar que é isso que o a-ha fatura. Eu diria que eles tem um imenso poder de barganha, uma vez que são tão conhecidos, diz Andersen.
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