“Take On Me” foi um grande hit, mas seu nascimento foi difícil, levando três anos, três versões e um vídeo pioneiro para que finalmente o a-ha pudesse colocar o seu primeiro sucesso nas paradas.
Por Richard Buskin
“Se de primeira não der certo…”. Este foi o lema de “Take On Me”, o clássico do synthpop da banda norueguesa a-ha, que atingiu o topo da Billboard Hot 100 e alcançou o 2º lugar no Reino Unido no outono de 1985. Como você pode perceber, isto só aconteceu após gravarem três versões diferentes, sendo que duas delas foram lançadas (a segunda delas foi lançada duas vezes no Reino Unido) e dois vídeos completamente diferentes foram filmados para promove-las.
Agora, voltemos a 1982, quando o guitarrista Pal Waaktaar e o tecladista Magne (‘Mags’) Furuholmen, que anteriormente tocaram juntos num quarteto Bridges, convocaram o vocalista Morten Harket, de um conjunto chamado Souldier Blue para formar o a-ha. O primeiro número que tocaram para Harket foi “The Juicy Fruit Song”, que eles mesmos haviam composto e, com a intervenção de Harket, tal canção transformou-se em “Lesson One”, depois que o trio mudou-se novamente para o Reino Unido no início de 1983. Em abril daquele ano, eles começaram a gravar demos de outros materiais originais no estúdio Rendezvous, um galpão em Sydenham, no sudeste londrino, que pertencia ao músico e produtor John Ratcliff (a princípio, Furuholmen marcou hora lá, porque tinha lido que lá havia um disco voador). Logo depois, Ratcliff apresentou o a-ha ao produtor Terry Slater, e o grupo assinou um contrato com a empresa dos dois, a TJ Management e, em dezembro do mesmo ano, garantiram um contrato com a Warner Brothers.
Sala do estúdio RG Jones em 1985.
Takes um e dois
Em abril de 1984, o expert em sintetizadores e entusiasta da eletrônica, Tony Mansfield, foi contratado para produzir o que seria o álbum de estreia do a-ha, “Hunting High and Low”. Porém, após seis semanas de gravações no estúdio Eel Pie, de Pete Townshend, em Twicknham, zona sul de Londres, os executivos da Warner Bros. não estavam contentes com os resultados. Na concepção deles, a mágica das demos do Rendezvous desapareceu e, com isso, o som característico e proeminentemente vocal. Foi aí que o produtor Neil King foi chamado para regravar todo o material.
“Eu havia trabalhado muitas vezes na Eel Pie, e isso foi depois do a-ha ter gravado ali com o Tony Mansfield por umas boas semanas. Foi aí que recebi uma ligação do gerente do estúdio, dizendo-me que Tony estava deixando o projeto”, lembra King. “Não me disseram a razão, mas eles queriam saber se eu iria mesmo. Eles já haviam programado a bateria e alguns sintetizadores, e sabendo que eu já havia produzido lá e conhecia o estúdio, queriam que eu trabalhasse nas bases, efeitos de guitarra, vocais principais, vocais de apoio e alguns sintetizadores extras e, então, mixar”.
Enquanto John Ratcliff supervisionava as sessões através de aparições periódicas, ele praticamente deixou o grupo trabalhar com King, que sentou atrás de um SSl E-series usando um Studer A800 para gravar as canções do álbum em fitas de 2 polegadas. “Lesson One” passou a se chamar então “Take On Me”.
“Todas as fitas que usei para trabalhar em ‘Take On Me’ eram da Eel Pie”, continua King, “e eles mantiveram muito do trabalho de Tony Mansfield, mas quase todo o resto foi refeito. Eu diria que Pal foi o principal homem da tecnologia e trabalhamos por longas horas, inserindo os efeitos. Você sente quando uma banda tem aquele quê especial – o a-ha sabia de seu poder, então foi só uma questão de divulgar sua música. A melodia, as letras e o som como um todo só precisava ser lapidado.”
A matéria completa está disponível na edição de março da revista Sound On Sound.
Fonte: SOS
Tradução: Gabi Caroccia